quinta-feira, 24 de dezembro de 2009

Feliz Natal e um 2010 pra lá de legal.

Desejo a você meu amigo, que me acompanha neste espaço um natal e um ano novo muito especial, cheio de saúde, amor e muitas coisas boas.
Obrigado pela companhia deste ano.

beijos

Carlos Mosquera

quinta-feira, 17 de dezembro de 2009

Priapo - Deus da fertilidade


Do livro: Com uma perna só.

A palavra inglesa hell (inferno) é supostamente cognata de hole (buraco) - e o buraco do escotoma é, de fato, uma espécie de inferno: um estado existencial, ou metafísico, em verdade, mas que, com toda a clareza, tem base e determinante orgânicos. O alicerce orgânico da "realidade" é removido, e é nessa medida que caímos em um buraco - ou num buraco-inferno, se nos permitirmos tomar consciência disso (o que muitos pacientes, compreensivelmente, por defesa não fazem). Um escotoma é um buraco na própria realidade, um buraco no tempo tanto quanto no espaço, e poranto não pode ser concebido como tendo um fim ou um extremo. Assim como encerra a qualidade de um "buraco na memória", de amnésia, ele também encerra uma sensação de atemporalidade, de infinitude. A qualidade de atemporalidade, de limbo, é inerente ao escotoma.
Isso seria tolerável, ou mais tolerável, se pudesse ser comunicado a outras pessoas e se tornasse alvo de compreensão e simpatia - como o luto. Mas me foi negado quando o cirurgião disse "Nada", e com isso fui jogado em mais um inferno - O INFERNO DA COMUNICAÇÃO NEGADA.

Oliver Sacks.

O trecho acima, do livro "Com uma perna só", mostra muito bem o que muitos de nós sentimos quando a ciência "Nada" explica. O "buraco" é o resultado de toda essa negação, por isso somos órfãos, solitários, pequenos - "se fitares o abismo, ele por sua vez te fitarás" (Nietzsche)

quarta-feira, 16 de dezembro de 2009

MICHEL FOUCAULT

..."um deslocamento teórico me pareceu necessário para analisar o que frequentemente era designado como progresso nos conhecimentos: ele me levara a interrogar-me sobre as formas de práticas discursivas que articulavam o SABER. E foi preciso também um deslocamento teórico para analisar o que frequentemente se descreve como manifestações do "poder": ele me levara a interrogar-me sobretudo sobre as relações múltiplas, as estratégias abertas e as técnicas racionais que articulam o exercício dos PODERES. Parecia agora que seria preciso empreender um terceiro deslocamento a fim de analisar o que é designado como "O SUJEITO"; convinha pesquisar quais as formas e as modalidades da relação consigo através das quais o indivíduo se constitui e se reconhece como SUJEITO. Após os estudos dos JOGOS de verdade considerados entre si - a partir do exemplo de um certo número de ciências empíricas dos séculos XVII e XVIII - e posteriormente ao estudo dos jogos de verdade em referência às relações de poder, a partir do exemplo das práticas PUNITIVAS, outro trabalho parecia se impor: ESTUDAR OS JOGOS DE VERDADE NA RELAÇÃO DE SI PARA SI E A CONSTITUIÇÃO DE SI MESMO COMO SUJEITO, tomando como espaço de referência e campo de investigação aquilo que poderia chamar-se "HISTÓRIA DO HOMEM DE DESEJO"...

Assim o autor francês nos impõe a visão de sua produção teórica: a) a análise do "progresso' dos conhecimentos b) a análise das manifestações o poder c) a análise da constituição de si mesmo como sujeito.

Revista Educação - Pedagogia Contemporânea n.3

segunda-feira, 14 de dezembro de 2009

Escrita em braille

É simples, basta treinar: imagine um retângulo de seis milímetros de altura por dois milímetros de largura, o que se considera de cela braille. Neste espaço será marcado os pontos para a escrita e leitura em braille. São seis pontos em relevo, dispostos em duas colunas de três pontos. Os seis pontos formam a cella braille.
Os pontos 1,2,3, são da primeira coluna e a segunda coluna 4,5,6. Para dar um exemplo do alfabeto braille: se usarmos apenas o ponto 1 (furando o papel), lemos a letra A. Se usarmos os pontos 1,2,3,4 temos a letra P (em minúscula). Assim podemos fazer 64 combinações e escrever ou ler qualquer palavra, sinal ou símbolo, qualquer coisa que escrevemos a tinta, podemos escrever em braille.
Salve Louis Braille (1825).

terça-feira, 8 de dezembro de 2009

Mario Quintana

"Bendito quem inventou o belo truque do calendário, pois o bom de segunda-feira, do dia 1º do mês e de cada ano novo é que nos dão a impressão de que a vida não continua, mas apenas recomeça..."

A Onda

O título acima é do nome de um filme, imperdível, que explica um pouco o que aconteceu no jogo entre o Coritiba x Fluminense. A onda (Die Welle), mostra como os grupos tendem a funcionar de modo primitivo e inconsciente. O filme relata a história verídica de uma escola americana, em 1967, na Califórnia. Muitas pessoas, como mostra o filme e a "torcida" do coritiba, chegam a abdicar da própria capacidade de questionar.

domingo, 6 de dezembro de 2009

Assunto diferente

Desculpem a mudança radical de assunto neste espaço, mas não posso deixar de emitir a minha opinião sobre o o jogo entre Coritiba X Fluminense.
Moro próximo ao Campo do Coritiba e o que vejo neste instante é uma barbaridade. A violência dentro e fora de campo mostra mais uma vez como somos um povo medíocre.
Como professor de Educação Física e alguns estudos já realizados sobre a área, fico em dúvida sobre os valores do esporte de rendimento.

sinto muito

p.s. acabo de escutar que um policial morreu decorrente da barbaridade

terça-feira, 1 de dezembro de 2009

Sequência da foto

A foto abaixo é de Samuel Alexander, ainda em formação, com apenas 3 meses de gestação sua mãe sofreu uma cirurgia para reparar a espinha bífida que instalara-se em Samuel.
Nasceu dia 28/12/1999 e o que consta é que a criança é saudável e muito feliz.

Estamos preparados para esta evolução da medicina?

quarta-feira, 25 de novembro de 2009

Domínios comportamentais

O relato abaixo foi retirado do livro "A árvore do conhecimento" de H. Maturana e F. Varela. p. 143

(....) é o caso dramático das duas meninas indianas de uma aldeia bengali do norte da Índia. Em 1922, elas foram resgatadas (ou arrancadas) de uma família de lobos que as haviam criado em completo isolamento de todo contato humano. Uma das meninas tinha oito anos e a outra cinco. A menor morreu pouco depois de encontrada e a maior sobreviveu cerca de dez anos, juntamente com outros órfãos com os quais foi criada. Ao serem achadas, as meninas não sabiam caminhar sobre os pés e se moviam rapidamente de quatro. Não falavam e tinham rostos inexpressivos. Só queriam comer carne crua e tinham hábitos noturnos. Recusavam o contato humano e preferiam a companhia de cães ou lobos. Ao serem resgatadas, estavam perfeitamente sadias e não apresentavam nenhum sintoma de debilidade mental ou idiotia por desnutrição. Sua separação da família lupina produziu nelas uma profunda depressão, que às levou à beira da morte, e uma realmente faleceu.
A menina que sobreviveu dez anos acabou mudando seus hábitos alimentares e ciclos de vida e aprendeu a andar sobre os dois pés, embora sempre recorresse à corrida de q
quatro em situações urgentes. Nunca chegou propriamente a falar, embora usasse algumas palavras. A família do missionário anglicano que resgatou e cuidou dela, bem como outras pessoas que a conheceram com alguma intimidade, jamais a sentiram como verdadeiramente humana. (...)


quarta-feira, 18 de novembro de 2009

Estimulação Visual

Meu começo do trabalho com cegos foi na época em que não se deixava a criança com baixa visão usar o resíduo da visão, para ler, escrever ou mesmo qualquer atividade cotidiana. Hoje, sabe-se que, mais de 80% das pessoas rotuladas como cegas possuem algum resíduo visual, por menor que seja. Além disso, nos tempos atuais, comprovado cientificamente, os resíduos de visão devem ser explorados ao máximo. É o que chamamos de estimulação visual.
Naqueles idos, as pessoas com baixa visão, além de não usarem o pouco da visão, também eram tratadas como cegas totais. Todas as atenções eram para compensar a falta de recursos e conhecimentos técnicos.

quarta-feira, 11 de novembro de 2009

Corpo, consumo e reflexão

Praticantes de esporte como eu, proletários sem causa própria, trabalhadores de indústrias de consumo são pessoas que disciplinam seus corpos para uma causa. Não sei exatamente se sabemos por que fazemos isso, mas reflexões são necessárias. Foucault, se refere à estes processos de "disciplina" como uma necessidade de se manter em trabalho, um processo que se origina no séc. XVIII. Como professor universitário, vejo este disciplinamento nas salas de aula, como normas em todas as escolas. Administra pessoas, evita revoluções e "formata" os cidadãos.
A lógica do mercado está nestas normas acadêmicas e sem perceber, todos acabam "formados". Estes atos são tão sutis que, não me assusta o escândalo da micro saia(a faculdade paulista que quer expulsar uma aluna), me assustaria se os alunos se reunissem para reclamar dos conteúdos dos programas acadêmicos ou mesmo para reclamar das altas taxas da mensalidade da Faculdade.
E os corpos continuam sendo "disciplinados"

segunda-feira, 2 de novembro de 2009

Fenomenologia da percepção das cores

(...) Em 1888, o doutor Verry, médico oftalmologista em Neuchâtel, durante a autópsia de um de seus doentes que perderam a visão das cores, descobre um tumor situado fora do córtex estriado (ou seja, fora da área visual primária, V1). Existiria portanto, conclui ele, um "centro do sentido das cores" no lobo occipital.
Mas os neurologistas permaneceram céticos, porque a perda da visão de cores (a acromatopsia) é em geral, acompanhada de um escotoma, isto é, de um ponto cego do campo visual, que uma lesão da área visual primária induz. Eles pensavam que a visão das cores vinha de uma parte particularmente sensível dela. "É clássico considerar a acromatopsia como resultante de uma lesão leve da esfera visual", escreviam Pierre Marie & Chatelin em 1915.

A percepção de cores exige a participação do receptor periférico (olho) e do analisador central (a área V4 do cérebro). Os dois elementos do par funcional são necessários. Em sua forma pura, o daltonismo testemunha a responsabilidade dos CONES na visão de cores: o vermelho ou o verde (ou ambos) não são percebidos porque os cones não foram dotados de pigmentos dessas cores, por causa de um gene deficiente do cromossoma X.

Philippe Meyer, p. 55

segunda-feira, 26 de outubro de 2009

Visão de cores

"Uma cor nada mais é que uma porção de matéria refletindo uma partícula elementar e universal, o fóton..."

Meyer, P.

Biofilosofia

Sempre pensei escrever sobre a biofiolosofia da visão, como não tenho conhecimentos para tanto, fico apenas no desejo. Desejo muitas outras coisas é claro, mas este assunto continua especial para mim. Tenho dúvidas, críticas, desconhecimento e curiosidade sobre alguns assuntos. Alguns deles posso dividir: os estudos dizem que mais de cem milhões de células retinianas no fundo de cada globo ocular recebem os fótons - grãos de energia luminosa que se deslocam a trezentos mil quilômetros por segundo...depois disso, respondemos a um estímulo visual. Pergunto: só isso?
Mesmo sabendo que nossas respostas estão atreladas às áreas da emoção, fico imaginando que ainda faltam muitas explicações. Vamos ao senso comum. Olhamos uma pessoa que não é muito bonita para os critérios de beleza social, mesmo assim, somos tocados pela beleza da pessoa. O que é isso, repito. Há fatores psicoemocionais que necessitam de mais explicações coerentes. Não falo, neste exemplo, das paixões.
Outro motivo, dos meus interesses para esta área: O espiritualismo a que se apega, um autor clássico, Bergson, é uma filosofia reconfortante, para a qual o pensamento humano é um atributo de Deus, causa única. Me explico melhor. Como nem tudo a ciência consegue explicar, atribuir a Deus algumas das nossas ações, não deixa de ser "racional". O que é isso, companheiro?

Tenho que estudar mais...

segunda-feira, 19 de outubro de 2009

Por que os deficientes são excluídos - uma gênese desta exclusão

A história de toda a sociedade até agora existente é a história de lutas de classes. O homem livre e o escravo, o patrício e o plebeu, o barão feudal e o servo, o mestre de uma corporação e o oficial, em suma, opressores e oprimidos, estiveram em constante antagonismo entre si, travaram uma luta ininterrupta, umas vezes oculta, aberta outras, que acabou sempre com uma transformação revolucionária de toda a socidade ou com o declínio comum das classes em conflito. Nas épocas mais remotas da história encontramos quase toda a parte uma articulação completa da sociedade em vários estados, uma múltipla graduação das posições sociais. Na Roma antiga temos patrícios, cavaleiros, plebeus, escravos; na Idade Média, senhores Feudais, vassalos, mestres de corporações, oficiais, servos, e para mais com novas graduações particulares dentro de quase todas estas classes.
A moderna sociedade burguesa, saída do declínio da sociedade feudal, não acabou com os antagonismos de uma classe. NÃO FEZ MAIS DO QUE COLOCAR NOVAS CLASSES, NOVAS CONDIÇÕES DE OPRESSÃO, NOVOS ASPECTOS DA LUTA, no lugas dos anteriores.

Com esta introdução, você entendeu por que os deficientes continuam excluídos?

Marx, Engels. O manifesto Comunista. Ed. Moraes, 1848.

quarta-feira, 14 de outubro de 2009

AMUSIA COCLEAR

Darwin considerava o olho um milagre da evolução. O ouvido, a seu modo, é igualmente complexo e belo.
Em 1851, Alfonso Corti, fisiologista italiano, descobriu a complexa estrutura sensitiva que hoje chamamos órgão espiral, ou Órgão de Corti, situada na membrana basilar da cóclea e que contém 3500 células ciliadas internas, os receptores auditivos finais. Um ouvido jovem pode ouvir dez oitavas de som, abrangendo uma gama de aproximadamente trinta a 12 mil vibrações por segundo. O ouvido da pessoa média pode distinguir sons distantes 1/17 de tom entre si. De ponta a ponta, ouvimos cerca de 1400 tons discrimináveis.

Oliver Sacks, "Alucinações Musicais" p. 135

segunda-feira, 12 de outubro de 2009

Homem Vitruviano


O Tao da Física

(...) Confucionismo era a filosofia da organização social, do senso comum e do conhecimento prático, que fornecia à sociedade chinesa um sistema de EDUCAÇÃO e as convenções estritas do COMPORTAMENTO SOCIAL. Um de seus objetivos básicos era estabelecer uma base ética para o sistema familiar tradicional, com sua estrutura complexa e seus RITUAIS de adoração dos ancestrais.
O TAOÍSMO, por outro lado, volta-se primariamente para a observação da NATUREZA e a DESCOBERTA DO CAMINHO, ou TAO. A felicidade humana, segundo os Taoístas, é alcançada quando os homens seguem a ordem natural, agindo espontaneamente e confiando em seu próprio CONHECIMENTO INTUITIVO (...)

F. Capra

quinta-feira, 8 de outubro de 2009

Música e Cérebro

Respondendo a pedidos: uma referência importante para a área neurofisiológica e som.

"THE NEURAL NETWORKS OF MUSIC."

autor: E. Baeck

European Journal of Neurology 2002, 9: 449-456

Outra referência em português: "As neurociências cognitivas"

autor: Nicole Fiori

editora Vozes, 2008

Imperdível: ALUCINAÇÕES MUSICAIS - Relatos sobre a música e o cérebro.

autor: Oliver Sacks - Companhia das Letras, 2007

sexta-feira, 2 de outubro de 2009

ESQUEMA CORPORAL E IMAGEM CORPORAL

Há uma certa confusão nas definições, principalmente para os profissionais da área, quando pensamos em CORPO. Fica mais fácil entender estes conceitos buscando definições de FONSECA (1991): percepção corporal relaciona-se ao desenvolvimento da integração ente o esquema e imagem corporal. Vários autores definem o esquema corporal como uma estrutura dinâmica que integra a sensação da presença do corpo. Para facilitar a compreensão desta definição: é a capacidade de identificar as partes do corpo e reconhecer suas possibilidades de movimento para facilitar a eficiência da ação motora. Na prática os especialistas usam atividades físicas ou motoras para facilitar esta percepção. São experiências utilizando a visão, tato, audição e demais sentidos para melhorar a imagem corporal. Usa-se isso para melhorar o equilíbrio, por exemplo.
Para imagem corporal: consciência ou a configuração do corpo formada no cérebro. Le BOULCH (1992) acrescenta: a imagem do corpo se organiza em função da quantidade e qualidade da percepção da criança sobre as experiências motoras.
Por isso que as crianças necessitam de atividades motoras organizadas para o desenvolvimento e crescimento. Brincar é a melhor opção.

quarta-feira, 30 de setembro de 2009

FILME ESTREANDO

A COR DOURADA DA DOÇURA E DA DOR

Beirute: como qualquer outra cidade e como qualquer salão de beleza. O filme retrata o sonho de mulheres comuns em encontrar e viver um grande amor.

Direção e roteiro: Nadine Labaki, 95 min.

Moacyr Scliar

O texto como placebo.

Autoajuda encerra uma lição que vale para a ciência: o paciente precisa do amparo das palavras

NOSSO CÉREBRO É CAPACITADO PARA TRANSFORMAR EM RESPOSTA TUDO O QUE FAZ E SENTE

HOMÚNCULO - Uma representação cerebral de como percebemos as sensibilidades e os movimentos. Por isso que, somos mais sensíveis na boca e nas mãos.

sexta-feira, 25 de setembro de 2009

Sem cara e sem nome

Sem cara e sem nome: ...nem a cara, nem o nome têm nada a ver com a nossa identidade profunda. E, quase sempre, o homem nasce, vive e morre sem ter contemplado jamais o seu rosto verdadeiro e sem ter jamais conhecido o seu nome eterno (Nelson Rodrigues)

Do blog do Zé Beto

quinta-feira, 24 de setembro de 2009

Autismo: procedimentos importantes

Para se ter sucesso em atividades propostas às pessoas autistas é bom lembrar alguns detalhes: eles(autistas) são VISO-ESPACIAIS, respondem melhor aos estímulos quando estes não são ABSTRATOS. Por isso, sempre que for se relacionar com um autista, é necessário que ele esteja vendo e escutando um pedido. Por ex: se for jogar bola com ele, primeiro mostre a bola, para depois sugerir a atividade. Evite as expressões simbólicas: "chovendo pedra, lindo de morrer, estômago roncando, etc."
Conhecem a expressão "um antropólogo em marte." Se ainda não conhecem o livro, uma boa opção. De Oliver Sacks.

segunda-feira, 21 de setembro de 2009

Vemos ou enxergamos? Se você enxergasse como a figura a baixo, não iria se esforçar para ver o máximo que pode?


Repostas em tempo incerto

Recebo algumas perguntas (menos do que gostaria) sobre diversos assuntos, mas as perguntas mais frequentes são sobre as pessoas deficientes. Gostaria, se tivesse mais tempo, fazer comentários sobre as minhas respostas(individuais), para que todos (será que existem?) pudessem opinar. Mesmo assim, queria deixar algumas reflexões sobre a deficiência visual, quando comentei tempos atrás o que eu achava sobre o "aproveitar melhor a vida" (aspas minhas).
Conheço muitos cegos e quase todos precisam mostrar ao mundo que são capazes de realizar tarefas cotidianas como qualquer outra pessoa. São provações necessárias e íntimas, como os videntes também precisam mostrar às suas. Pois bem, a diferença maior nestas provações são os reflexos destas ações. Fazemos isso, nós videntes, esperando que o outro (qualquer indivíduo que esteja vendo o que fazemos) seja a nossa platéia. Nosso troféu é a preparação para o próximo prêmio (um ser endomorfo) na esperança de um novo reconhecimento. Aproveitamos os nossos prêmios de uma forma muito "normal", deixamos os sabores da vida para um momento especial: aposentadoria, férias, lua de mel, sexta-feira à noite. Esquecemos do percurso, do que acontece "quando estamos fazendo", olho no olho, um tempinho à mais.
Com os cegos (e outros deficientes) a relação é "hedonista", a entrega é mais temporal, o escutar (até porque isto é uma necessidade vital para os cegos) é mais musical, mais melódico. Ao escutar te reconheço, te desbravo, gozo. Dizem eles (os meus amigos, pelo menos), "já perdi muito na vida, não quero perder mais este momento" A relação do reconhecimento é: me reconheça como um cego bacana e natural, sem firulas". O tempo espera, não sei quando vou te "ver" de novo. Para te "ver", preciso te escutar. Não é bárbaro esta forma de se relacionar com o outro - ESCUTANDO. Silêncio mundo, estamos conversando, preciso parar, desligar o celular, adiar os compromissos (parecido com a propaganda de um tênis) e escutar meu amigo. Tudo está transferido, menos a escuta. Por que nós, viventes e videntes, não fazemos isso? Porque precisamos de mais informações visuais, mais poluição, novos prêmios.
Deixo uma pergunta: qual a diferença entre ver e enxergar?
Para os meus amigos: videntes, cegos e os próximos que virão e para os que já se foram.

O estrangeiro

"Hoje, mamãe morreu. Ou talvez ontem, não sei bem. Recebi um telegrama do asilo: "Sua mãe faleceu. Enterro amanhã. Sentidos pêsames." Isso não esclarece nada. Talvez tenha sido ontem.
O asilo de velhos fica em Marengo, a oitenta quilômetros de Argel. Vou tomar o ônibus às duas horas e chego ainda à tarde. Assim posso velar o corpo e estar de volta amanhã à noite. Pedi dois dias de licença a meu patrão e, com uma desculpa destas, ele não podia recusar. Mas não estava com um ar muito satisfeito. Cheguei mesmo a dizer-lhe: "A culpa não é minha." Não respondeu. Pensei, então, que não devia ter-lhe dito isto. A verdade é que eu nada tinha por que me desculpar. Cabia a ele dar-me pêsames. Com certeza irá fazê-lo depois de amanhã, quando me vir de luto. Por ora é um pouco como se mamãe não tivesse morrido. Depois do enterro, pelo contrário, será um caso encerrado e tudo passará a revestir-se de um ar mais oficial.

Albert Camus - o primeiro parágrafo de um livro antológico.

quinta-feira, 17 de setembro de 2009

Capra

(...) Embora as diversas escolas do misticismo oriental divirjam em inúmeros detalhes, todas enfatizam a unidade básica do universo, característica central de seus ensinamentos. O objetivo mais elevado para seus seguidores - sejam hindus, budistas ou taoístas - é precisamente tornar-se consciente desta unidade e da inter-relação mútua de todas as coisas, transcender a noção de um Si-Mesmo (Self) individual e identificar-nos com a realidade fundamental. A emersão dessa consciência - denominada "iluminação" - não é apenas um ato intelectual mas, na verdade, uma experiência que envolve a totalidade do indivíduo e se afigura religiosa em sua natureza básica. Por essa razão, a maioria das filosofias orientais são essencialmente filosofias religiosas.

"O Tao da Física", F. Capra.

Como ex-praticante de judô, convivendo por muitos anos com mestres das artes marciais e, sempre escutando e discutindo esta palavra "iluminação", sempre me pergunto: por que passamos a vida inteira nos desesperando por pouco? Lógico que não encontrei e nunca vou encontrar a resposta mas, uma coisa é certa; as pessoas com necessidades especiais de nascença se "desesperam menos". A "iluminação" destas pessoas (dos deficientes), é uma coisa que gostaria de conhecer melhor.

Visões de mundo

"Quando a mente é perturbada, produz-se a multiplicidade das coisas; quando a mente é aquietada, a multiplicidade das coisas desaparece".

Ashvaghosha

terça-feira, 8 de setembro de 2009

LEGASTENIA

Atualmente me dedico a estudar a deficiência visual, principalmente os problemas da Escola Inclusiva. Isto também incluiu os cursos de especialização que ministro para professores de educação especial. Os encontros com os professores (meus alunos) servem também para alimentar algumas discussões que, no mínimo, podem colaborar com um novo discurso desta Escola que agora chamamos de Inclusiva.
Além das discussões, muitos estudos de casos são apresentados ao grupo de professores; casos que são relatados pelos próprios mas, nem sempre o caso é esclarecido.
Entre muitas conversas, encontrei alguns alunos com um diagnóstico de LEGASTENIA (a escola atendia o aluno como deficiente mental leve). Este casos de Legastenia são muito parecidos com a Dislexia. Quase sempre é resultado da imaturidade cerebral em fixar o olhar, as crianças com este problema não conseguem reter a visão em um determinado espaço e se perdem durante a leitura e escrita. Por isso que, quando os professores desconhecem o caso, podem ser confundidos com um atraso mental.
É interessante ressaltar neste momento, principalmente para os professores de sala de aula que as crianças em geral (adultos também) quando estão lendo ou prestando atenção em alguém, os olhos realizam movimentos sacádicos, que são em média de 3 a 5 deslocamentos por segundo. Isto que dizer, os olhos não param, mesmo quando olhamos para uma fotografia ou um quadro.
Então, quando isso não acontece, principalmente quando o olho está parado ou se mexendo mais do que o ideal, precisamos saber os motivos para estas alterações. A percepção visual depende desta maturidade neural, mas isso não pode ser interpretado como uma deficiência.

É isso.

segunda-feira, 7 de setembro de 2009

Novas funções para o córtex visual

"Pesquisadores acreditavam que o cérebro processa cenas visuais em uma série de estágios hierárquicos: dos tipos mais simples de avaliações neutras (como cor e contraste), criadas no córtex visual primário no início da cadeia de processamento visual, até os julgamentos de valor mais sutis que são feitos em um ponto "superior" do sistema. Novas pesquisas mostram que, de fato, o córtex visual primário está sujeito a influências cognitivas complexas. Mesmo nos níveis mais fundamentais, nossas expectativas moldam o modo como vemos o mundo."
Esta pesquisa foi divulgada na revista Science e, os pesquisadores são: Marshall G. Shuler e Mark F. Bear, os dois do Instituto de Tecnologia de Massachusetts, nos EUA.
Para simplificar este achado: agora o nosso córtex visual, além das funções básicas de interpretação dos sinais da retina, também, segundo os autores da pesquisa, pode interferir na resposta do impuso nervoso, mesmo antes das áreas superiores do cérebo reagirem.

Saiba mais: Revista Mente e Cérebro, n. 200, p. 64-67.

sexta-feira, 28 de agosto de 2009

Treinamento de Orientação e Mobilidade


Mikhail Bakhtin

O filósofo que deu origem à linguagem

Mikhail M.Bakhtin nasceu em Orel, ao sul de Moscou, em 1895. Aos 23 anos, formou-se em história e Filologia na Universidade de São Petersburgo, mesmo época que iniciou encontros para discutir linguagens, arte e literatura com intelectuais com formação variadas, no que se tornaria o Círculo de Bakhtin. Em vida, publicou poucos livros, com destaque para PROBLEMAS DA POÉTICA DE DOSTOIÉVSKI (1929). Até hoje, porém, paira a dúvida sobre quem escreveu outras obras assinadas por colegas do Círculo. Durante o regime Stalinista, o grupo passou a ser perseguido e Bakhtin foi condenado a seis anos de exílio no Cazaquistão (só ao retornar, ele finalizou seu tese de doutorado sobre cultura popular na idade média e no renasciemnto). Suas produções chegaram ao Ocidente nos anos 70 - e, numa década mais tarde, ao Brasil. Mas Bakhtin já havia morrido, em 1975, de inflamação aguda dos ossos.

Revista Nova Escola deste mês.

p.s. acho que o nosso escritor, Cristovão Tezza, tem uma tese escrita sobre Bakhtin

LEITO DE PROCUSTRO

Segundo a mitologia grega, Procustro era um marginal que ficava escondido na mata entre as cidades de Mégara e Atenas. Quando aprisionava algum viajante, este era enquadrado no seu "leito", que tinham dois tamanhos. Um para pessoas mais altas e um menor, para os mais baixos.
Quando as pessoas deitavam no Leito de Procustro e não se enquadravam no tamanho, as alternativas eram: decepar ou alongar (esticar) partes do corpo, para que as mesmas podessem ser enquadradas de acordo com o tamanho do leito.
Esta passagem mitológica continua muito atual, pois, ainda nos dias de hoje, são muitos os excluídos da nossa sociedade, seja pelo corpo, seja pela cor, seja pelo poder. Sentimo-nos permanentemente "sendo enquadrados".

segunda-feira, 17 de agosto de 2009

Dicas de leitura em Educação Especial

Livro:

TEMAS EM EDUCAÇÃO ESPECIAL: conhecimentos para fundamentar a prática

organizadoras: Enicéia Gonçalves Mendes, Maria Amélia Almeida, Maria Cristina P.I. Hayashi

Junqueira & Marin Editores, 2008

Câncer e depressão

Em experimentos feitos com animais, pesquisadores da Universidade de Chicago observaram que duas moléculas sintetizadas pelo organismo e associadas à depressão têm sua produção aumentada várias vezes na presença de tumores. Além disso, eles demonstraram que certas manifestações cancerígenas induzem alterações na expressão de genes no hipocampo, região cerebral que integra o circuito neural das emoções. Testes usados para avaliar os efeitos de antidepressivos também forma realizados nos animais com câncer, que mostraram menos motivação, em comparação com cobaias saudáveis.

terça-feira, 11 de agosto de 2009

GRIPES, MORTES E EDUCAÇÃO

Em 2003, 30% dos alunos brasileiros que cursaram a 1ª série do Ensino Fundamental foram reprovados ou abandonaram o sistema escolar. Isso demonstra, segundo Araújo e Luzio (2005), respectivamente diretor e assessor do Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira, do Ministério da Educação , a dimensão do fracasso escolar no Brasil (KAJIHARA, 2008).

Pois então, de quem é a culpa? De todos as justificativas apresentadas até o momento, nenhuma é plausível, muito menos coerente. Atualmente, estamos tentando enfrentar uma pandemia e o resultado não poderia ser mais catastrófico, em todos os sentidos. Mesmo a gripe sazonal que mata milhares de pessoas anualmente em nosso país, e que ainda não conseguimos resolver, imaginem agora o que a gripe A pode fazer. Volta-se à educação e entendemos porque nossa medicina preventiva é inexistente e impotente.
O investimento é a longo prazo e a educação é o início de tudo, sem este recurso, novas gripes mortais vão aparecer.

Curso para delegados da Polícia Civil do Paraná.


segunda-feira, 3 de agosto de 2009

A relação da pele com os distúrbios

Os fibroblastos, um tipo de célula comum no organismo e que na pele é responsável pela síntese de colágeno, podem fornecer pistas importantes sobre a origem de distúrbios mentais como esquizofrenia e transtorno bipolar. É o que afirmam pesquisadores suecos num artigo publicado na revista Neuroscience Letters.
Uma das hipóteses é a de que a barreira hematoencefálica (BHE), que "filtra" as substâncias que entram no sistema nervoso central, seria menos permeável aos aminoácidos triptofano e tirosina, matérias-primas dos neurotransmissores cuja escassez estaria na raiz do problema. Como estudos anteriores já haviam mostrado que os fibroblastos se comportam de forma muito parecida às células da BHE no que diz respeito ao transporte desses aminoácidos, os cientistas investigaram o funcionamento dessas células cutâneas em portadores destes distúrbios.
Testes preliminares mostraram que o transporte de tirosina para dentro dos fibroblastos foi menor em pacientes tanto com transtorno bipolar quanto com esquizofrenia. Para os autores, essas evidencias sugerem que uma variação genética comum deve estar presente as duas doenças. Além disso, se novos estudos confirmarem essa associação, os fibroblastos poderiam ser marcadores úteis para entender a origem desses transtornos e, quem sabe, abrir perspectivas para o desenvolvimento de testes de diagnóstico laboratorial.

Revista Mente e Cérebro, n. 199,p. 40, 2009

segunda-feira, 27 de julho de 2009

Estimulação Multissensorial

A filosofia acunhou um aforismo, válido não só para os cegos, que continua vigente para a formação e educação: não há nada na inteligência que não tenha estado previamente nos sentidos. Em outras palavras, a percepção sensorial constitui o fundamento do conhecimento. Por isso, não é casual que a Pedagogia moderna conceda valor extraordinário ao treinamento dos sentidos já na época precoce da vida da criança (Duren, 1980).
As crianças deficientes visuais graves e cegas passam, no seu desenvolvimento pela mesma progressão que as crianças normais, embora não cheguem a alcançar um desenvolvimento normal no seu processo evolutivo, se não for provocada uma situação satisfatória para que isso se produza.

PIÑERO, D.M.Corbacho

Recursos ópticos


Carlos Castañeda - Os ensinamentos de Dom Juan

Qualquer caminho é apenas um caminho e não constitui insulto algum - para si mesmo ou para os outros - abandoná-lo quando assim ordena o seu coração. (...) Olhe cada caminho com cudado e atenção. Tente-o tantas vezes quantas julgar necessárias...Então, faça a si mesmo e apenas a si mesmo uma pergunta: possui esse caminho um coração? Em caso afirmativo, o caminho é bom. Caso contrário, esse caminho não possui importância alguma.

quarta-feira, 22 de julho de 2009

"Elixir do Pajé"

"Que tens, caralho, que pesar te oprime
que assim te vejo murcho e cabisbaixo
sumido entre esta basta pentelheira,
mole, caindo perna abaixo".

Assim começa "Elixir do Pajé", poema de Bernardo Guimarães publicado clandestinamente em 1875. Ele trata de um assunto que assombrava a sociedade patriarcal: a impotência sexual masculina. Considerada verdadeira maldição, ela provocava profundo sofrimento e situações de humilhação entre os homens. Ao longo de séculos, não faltam indicações de sonho de ereções permanentes e infatigáveis, mostrando que a obrigação da virilidade habita há tempos a nossa cultura. Mas por que tanta ansiedade? Está na bíblia: "Crescei e multiplicai-vos".

(...) Fundamentado em sua convivência com os indianos, Garcia da Orta sabia que o ópio era usado para agilizar a "virtude imaginativa" e a retardar a "virtude expulsiva" ou seja: controlar o orgasmo e a ejaculação. Além destes dois produtos, Orta menciona o betel, uma piperácea cuja folha se masca em muitas regiões do Oceano Índico.

(...) A erotomania, "doença" provocada pelo uso excessivo de afrodisíacos, era combatida com sangrias e banhos gelados.

- Revisa de História - Biblioteca Nacional. n. 40, jan. 2009, p. 19

terça-feira, 14 de julho de 2009

Instrumento para ajudar o diagnóstico de TRaços Autísticos

Meu grupo de pesquisa está validando um Instrumento de Pesquisa para Avaliação de Traços Autísticos (ADATA). Este instrumento, se aprovado, pode colaborar com o diagnóstico e acompanhamento de crianças autistas. Em seguida, apresento o Instrumento, adaptado de ASSUMPÇÃO JR, F. B. et al.

Você também pode colaborar com a pesquisa; aplique o Instrumento na sua Escola e depois nos avise o que achou do Instrumento.

Aguardo seu comentário

Instrumento de Avaliação de Traços Autísticos - ADATA

FACULDADE DE ARTES DO PARANÁ - FAP
GRUPO DE ESTUDOS SOBRE AUTISMO
Escala de avaliação de traços autísticos (Adaptada)
Observador:
Data: Hora:


Nome:
Idade:
Diagnóstico:

TRAÇOS AUTÍSTICOS

>Dificuldade de interação social 0 - 1 - 2 - 3
Desde não sorrir até isolamento intenso.

>Dificuldade de manipulação do ambiente 0 - 1 - 2 - 3
Desde não responder às solicitações até ir de um lugar ao outro e não parar de falar.

>Utilização das pessoas ao redor 0 - 1 - 2 - 3
Desde utilizar-se do adulto como um objeto atéinterferir na conduta do adulto.

>Resistência à mudanças 0 - 1 - 2 - 3
Desde manter a rotina até persistir em não mudar de atividade.

>Busca de ordem rígida 0 - 1 - 2 - 3
Desde ordenar de forma própria os objetos até prender-se à correspondência pessoa-lugar

>Falta de contato visual / olhar indefinido 0 - 1 - 2 - 3
Desde não olhar nos olhos até fdar a impressão de que não está olhando.

>Mímica inexpressiva 0 - 1 - 2 - 3
Desde de não expressar na face o que sente até a imobilidade facial.

>Distúrbio do sono 0 - 1 - 2 - 3
Desde não querer ir dormir até dormir poucas horas.

>Alteração da alimentação 0 - 1 - 2 - 3
Desde comer sempre o mesmo tipo de alimento até ausência do paladar.

>Dificuldade de controle dos esfíncteres 0 - 1 - 2 - 3
Desde medo de sentar-se no vaso até possuir apenas controle diurno dos esfíncteres.

>Dificuldade de exploração de objetos 0 - 1 - 2 - 3
Desde morder e engolir objetos até examinar os objetos de maneira minuciosa.

>Uso inapropriado de objetos 0 - 1 - 2 - 3
Desde ignorar os objetos até utilizá-los de maneira estranha.

>Falta de atenção 0 - 1 - 2 - 3
Desde fixar a atenção por curtos períodos de tempo até dar a impressão de estar ausente.

>Ausência de interesse pela aprendizagem 0 - 1 - 2 - 3
Desde não querer aprender até querer mudar repentinamente de atividade.

>Falta de iniciativa 0 - 1 - 2 - 3
Desde ser incapaz de ter iniciativa própria até preferir que outro faça a atividade para ele.

>Alteração da linguagem e comunicação 0 - 1 - 2 - 3
Desde estereotipias vocais até dificuldades para formular um diálogo.

>Não manifesta habilidade e conhecimento 0 - 1 - 2 - 3
Desde não realizar uma coisa se não quiser até surpreender por suas habilidades ineperadas.

>Reações inapropriadas ante a frustração 0 - 1 - 2 - 3
Desde reações de desagrado quando contrariado até reações de birra por expectativas não cumpridas.

>Não assume responsabilidades 0 - 1 - 2 - 3
Desde não assumir responsabilidades até que precise ouvir muitas vezes uma consigna para fazê-la.

>Hiperatividade 0 - 1 - 2 - 3
Desde estar constantemente em movimento até desconcentrar-se com outros estímulos fora da atividade.

>Hipoatividade 0 - 1 - 2 - 3
Desde de não mover-se quando estimulada até executar movimentos de forma exageradamente lenta.

>Movimentos estereotipados e repetidos 0 - 1 - 2 - 3
Desde balenceio até movimentos estranhos e repetidos.

>Ignora o perigo 0 - 1 - 2 - 3
Desde expôr-se sem consciencia do perigo até parecer insensível à dor.

>Aparecimento das características antes dos 36 meses 0 - 1 - 2 - 3
Características observadas até os 36 meses do bebê.


TOTAL DE PONTOS -


Instrumento de Pesquisa já aplicado em diversas escolas do Paraná e São Paulo


obs: se você pretende testar este Instrumento de Pesquisa e colaborar com a Validação do mesmo, por favor, faça contato comigo: cfmosquera@gmail.com

terça-feira, 7 de julho de 2009

Hormônio feminino influi no processamento auditivo

O estrógeno, um dos principais hormônios sexuais femininos, é essencial para o processamento das informações sonoras no cérebro e a formação de memória auditiv. A conclusão vem de um estudo conduzido pelo neurocientista brasileiro Raphael Pinaud, da Universidade de Rochester, em Nova York, Já se sabia que o estrógeno está associado ao funcionamento auditivo porque as mulheres que sofrem a retirada dos ovários, por exemplo, costumam apresentar rpoblemas de audição. A pesquisa mostra que o hormônio atua também de forma semelhante à de um neurotransmissor.

Revista Mente e Cérebro, n. 198, p, 19

Respondendo algumas questões de provas

O lobo occipital está localizado na 2ª unidade funcional e é responsável pela imagem visual

O lobo temporal está localizado na 2ª unidade funcional e é responsável pela imagem auditiva

O lobo parietal está localizado na 2ª unidade funcional e é responsável pela imagem tátil cinestésica

O lobo frontal é responsável pela elaboração do pensamento, planejamento, programação de necessidades individuais e emoção

sexta-feira, 3 de julho de 2009

MATURANA E VARELA

Lendo um pouco mais as teorias de F.Capra, enrosco nas teorias de H. Maturana e F.Varela. OS dois autores que, por sinal, o segundo foi aluno do primeiro, um dos discípulos preferidos, resolvem explicar um pouco melhor algumas teorias da orgnização viva. De uma forma livre e rápida, cito o que estes cientistas têm para nos dizer e comprometer. Escrevo em compromisso pela profundidade das idéias, principalmente do Chileno, Maturana:

...nosso problema é o da organização viva e, portanto, nosso interesse não estará nas propriedades dos componentes, mas sim, em processos e nas relações entre processos realizados por meio de componentes.

...o sistema nervoso não processa informações provenientes do mundo exterior mas, pelo contrário, CRIA UM MUNDO NO PROCESSO DA COGNIÇÃO.

...os cientistas têm por hipótese que a AIDS está arraigada numa ruptura de comunicação entre peptídios.

Para quem não conhece a teoria de "Santiago", vale a pena saber um pouco mais sobre estes autores.

quinta-feira, 2 de julho de 2009

Crianças fora da infância. Folha de São Paulo, 02 de julho de 2009

CONTARDO CALLIGARIS. Crianças fora da infância

Amparamos as crianças, mas excluímos as que não têm como encenar um futuro feliz
A FOLHA de 24 de junho (caderno Cotidiano) relatou uma estranha decisão do Supremo Tribunal de Justiça.Em Mato Grasso do Sul, em 2003, dois adultos, Zequinha Barbosa e Luiz Otávio F. da Anunciação, encontraram num ponto de ônibus, contrataram e levaram para um motel três moças que, na época, tinham 13, 14 e 15 anos. De uma delas, Anunciação tirou e armazenou fotos pornográficas.Em 2004, em primeira instância, Barbosa e Anunciação foram condenados, respectivamente, a cinco e sete anos de reclusão. Recorreram e, no ano seguinte, foram absolvidos pelo Tribunal de Justiça. Barbosa alegou que não participou do sexo, e Anunciação que ele não sabia que as garotas eram menores de 18 anos.Foi a vez da Procuradoria recorrer, e a coisa chegou ao Supremo Tribunal de Justiça, que decidiu assim: Anunciação é culpado por ter armazenado imagens pornográficas de uma menor, mas ele e Barbosa são absolvidos do crime de ter tido relações sexuais com menores. Por quê? Porque o Tribunal "considerou que não é crime manter relações sexuais com menores de 18 anos que sejam prostitutas". Ou seja, como não foram eles que "iniciaram" as meninas (ao sexo e à prostituição), eles não têm culpa.Curiosa contradição: se não é crime transar com uma menor que já transou, não se entende por que seria crime tirar e armazenar fotos pornográficas da mesma menor. Afinal, vai ver que alguém já tirou uma foto dela no passado.Mas isso é o de menos. Na linha de pensamento do STJ, também não haveria por que proibir o trabalho de crianças que já pediram esmola no farol -afinal, já trabalharam, não é? Da mesma forma, não seria crime estuprar uma mulher que já foi estuprada. E o que acontece com assaltar alguém que já foi assaltado? Ainda bem que, por sorte, não dá para matar alguém que já foi morto.A decisão do STJ não é uma excentricidade. Ao contrário, ela é reveladora de uma verdade que está escondida atrás de nossa "proteção" da criança e do adolescente.Nossa cultura decidiu separar as crianças dos adultos. Instituímos, por assim dizer, a infância como tempo da vida que deveria ser protegido tanto das necessidades (crianças não devem ganhar seu pão) quanto do desejo (chegamos a negar a sexualidade infantil).Tudo isso, aos poucos, acabou amparando efetivamente as crianças, mas a intenção inicial não era, propriamente, a de lhes reservar um destino melhor. Tratava-se de responder a uma necessidade dos adultos: mais ou menos duzentos anos atrás, com a progressiva crise de nossa fé no além e na eternidade das almas, as crianças se tornaram oficialmente nossa grande (e talvez única) garantia de continuidade, se não de eternidade. Morremos, e as crianças têm a missão de dar seguimento à nossa vida. Claro, gostaríamos que nosso futuro fosse melhor que nosso presente, portanto queremos que as crianças encenem, para nosso contentamento, uma visão de paraíso que compense nosso purgatório ou inferno cotidianos.Qual melhor consolação, para nós, cujas esperanças foram frustradas, do que a de contemplar nas crianças a felicidade que nos escapa? Somos infelizes e a vida é dura? Pois bem, faremos o que é preciso para que as crianças sejam (ou pareçam) felizes.Em suma, amamos nas crianças apenas um sonho de nosso próprio futuro. E as crianças que não são "aptas" a encenar esse sonho não são propriamente crianças, pois o que definiria as crianças (as que queremos proteger) não seria sua idade, mas sua capacidade de encenar uma infância feliz.Pois bem, a decisão do STJ é fiel a essa inspiração originária de nossa cultura: pouco importa que ela tenha 12, 13, 15 anos ou menos, uma menor que se vende num ponto de ônibus já não tem mais como encenar para nós a vinheta da infância feliz. Portanto, ela não é mais "criança". Transar com ela não é mais transar com uma criança, não é?Essa lógica, aliás, vale para todas as crianças que, por uma razão ou outra, não podem mais (se é que um dia puderam) encenar o cartão postal sorridente que chamamos infância -por exemplo, as que encontramos nas esquinas ou dormindo debaixo das marquises de nossas ruas.Em suma, o STJ decidiu como se quisesse proteger não as crianças (como manda a letra da lei), mas o mito da infância. A Procuradoria recorrerá. Veremos como decidirá o Supremo Tribunal Federal.

domingo, 28 de junho de 2009

Memória e processos cerebrais

A memória não é uma entidade singular nem um fenômeno que ocorre numa área única do cérebro. Há dois processos mnemônicos básicos: a memória DECLARATIVA, ou memória para fatos e eventos, que acontece principalmente nos sistemas cerebrais envolvendo o hipocampo; e a memória PROCESSUAL ou NÃO-DECLARATIVA, que é a memória para habilidades e outras operações cognitivas, ou a memória que não pode ser representada em sentenças DECLARATIVAS, que ocorre principalmente nos sistemas cerebrais envolvendo o NEOESTRIADO.
Os diversos aspectos da aprendizagem contribuem para a durabilidade ou a fragilidade da memória. Por exemplo, quando se compara a memória para as palavras com a memória para imagens dos mesmos objetos, verifica-se que as imagens têm um efeito superior. O efeito superior das imagens também é evidente quando se combinam palavras e imagens durante a aprendizagem. Sem dúvida, essa descoberta tem importânica direta para a melhoria da aprendizagem a longo prazo de certos tipos de informações.

COMO AS PESSOAS APRENDEM - de John D. Bransford, Ann L. Brown e Rodney R. Cocking
(org.)

quarta-feira, 24 de junho de 2009

Inteligência e afetividade

A ciência admite a existência de dois cérebros, dividos pela diferença de suas funções ligadas às regiões que as operam e se complementam. As emoções são conjunto de reações químcas e neurais que ocorrem no cérebro emocional e que usam o corpo como "teatro". ocasionando até as emoções viscerais, que afetam os órgãos internos, de acordo com a sua intensidade. As nossas emoções são fontes valiosas de informações e ajudam-nos a tomar decisões, estas são resultado não só da razão, mas da junção de ambas, associadas a outras competências emocionais que podem nos levar ai sucesso na construção das relações no trabalho, tais como:

a) Tolerância à ambiguidade b) Compostura c) Autoconfiança d) Empatia e) Energia

f) Humildade g) Criatividade h) Planejamento.

O importante na construção dessa relação é saber usar essas competências para uma melhor qualidade de vida, capacitando o ser humano para suportar as adversidades, sendo generoso e empreendedor, cultivando sempre o equilíbrio entre a razão e a emoção.

REf. FUNDAMENTOS BIOLÓGICOS DA EDUCAÇÃO. Marta P. Relvas. Ed. WAK, 2008

domingo, 21 de junho de 2009

Tecnologias Assistivas

Resumo de um trabalho que apresentei em um Congresso em Curitiba.


A aplicação das Tecnologias Assistivas, bem como a avaliação do uso destas ferramentas em nosso país ainda é um tema muito recente. Como já é sabido, estas ferramentas e tecnologias são necessários para permitir autonomia e independência das pessoas portadoras de alguma necessidade especial. Para que esta realidade se torne realmente democrática, novas pesquisas e mais investimentos públicos precisam ser efetivados. As avaliações na área da educação especial realizadas até este momento podem e devem orientar as novas estratégias de intervenção eficazes nos procedimentos que ainda são precários. Ao mesmo tempo, isto também pode colaborar com subsídios para os professores e para a implantação de novas políticas públicas que incrementem a reformulação de novos projetos na área de Tecnologias Assistivas.

sábado, 13 de junho de 2009

Deficiente X Normal

Sempre começo os meus cursos explicando como os autores clássicos definem estas diferenças entre o que são pessoas normais e quem são os deficientes. Apesar da responsabilidade em ordenar alguns raciocínios, fico sempre em dúvida sobre os "normais". A cada dia o "normal" mostra-se mais estranho e distante, distancia-se da "normalidade" e acredita que isso seja resultado da evolução. Pois bem, estamos em uma trilha que nem nós mesmos sabemos direito quem somos, bebemos de uma água que nos remete aos códigos do DNA de um cromossomo inexplicável, que queremos explicar. Me preocupa tanto isso que, talvez a gente encontre uma explicação: é tudo brincadeira.

segunda-feira, 8 de junho de 2009

SURDOS em manifestação para que as Leis brasileiras sejam cumpridas


CUMPRA-SE A LEI: Lingua Brasileira de Sinais

Manifestação em Curitiba defende obrigatoriedade da Língua Brasileira de Sinais - 01/06/2009 15:40:00


Surdos de Curitiba e Região Metropolitana fizeram uma manifestação nesta segunda-feira (1º), na Capital, para reivindicar melhorias na participação da pessoa surda no ambiente escolar, na família e no trabalho. A mobilização defendeu o cumprimento da obrigatoriedade da Língua Brasileira de Sinais (Libras) nas escolas, serviços públicos e empresas privadas, conforme prevê o Decreto Federal 5.626 de 2005. “Entendemos a importância da educação bilíngüe. O Estado está mantendo as escolas para surdos, fazendo a inclusão deles nas escolas regulares e investindo na formação de tradutores e intérpretes de Libras”, disse a chefe do Departamento de Educação Especial e Inclusão Educacional, Angelina Matiskei, que participou da manifestação.

“A Secretaria da Educação apóia a reivindicação da comunidade surda”, afirmou Angelina Matiskei. Ela ressaltou que a política educacional de inclusão do Paraná está se fortalecendo e que há desafios a serem superados. “A inclusão educacional é um processo que vem acontecendo com êxito no Paraná, mas a implementação de políticas e mudança de cultura de uma sociedade se estabelece a médio e longo prazo”, disse Angelina.
Segundo ela, é fundamental a participação da sociedade na compreensão da Língua de Sinais, porque o surdo a tem como primeira língua e a Língua Portuguesa, como segunda.

Uma carta de reivindicações foi entregue na Prefeitura de Curitiba e no Palácio das Araucárias. Os integrantes da comissão dos surdos foram convidados para uma reunião na próxima quarta-feira (3) com o chefe de Gabinete do Governador, Carlos Moreira Junior.

DESAFIO - No Paraná a Lei Estadual nº 12.095 de 1998, que oficializa a Língua de Sinais, antecedeu a Lei Federal nº 10.436 de 2002 e o Decreto Federal nº 5.626 de 2005. O reconhecimento oficial da Libras fez surgir novas demandas para a educação de surdos. Entre as novas situações proporcionadas pela proposta de educação bilíngue para surdos está a situação do tradutor e intérpretes de Libras/Língua Portuguesa. “Neste ano contamos com 354 intérpretes atuando na rede estadual de ensino. O número só não é maior porque a formação requer tempo e a oferta de profissionais é pequena”, explicou Angelina.

Para Iraci Elzinha Bampi Suzin, diretora administrativa da seção paranaense da Federação Nacional de Educação e Integração dos Surdos, é necessário um avanço maior na educação. “Ainda temos muitos desafios pela frente, mas, em relação aos outros Estados, o Paraná tem sido referência, devido ao que já foi implementado pela Secretaria da Educação”, afirma. Segundo ela, a Língua de Sinais deve ser respeitada, e as instituições de ensino superior devem dar oportunidade de trabalho para que o professor surdo possa lecionar a disciplina de Libras.

A professora Maria Carolina de Freitas, intérprete de Libras, entende que uma das dificuldades apresentadas pela criança surda, ao ingressar na rede estadual, é a falta da aquisição da Língua de Sinais ao ingressar nas primeiras séries do ensino fundamental. “Se a criança viesse das séries iniciais com um bom conhecimento da Libras, o desenvolvimento dela seria mais rápido”, disse.

Arquivos anexados: 0106 Manifestacao dos surdos.doc


Confira aqui as fotos dessa publicação.



Fonte:Agência Estadual de Notícia - Paraná



Passeata cobra divulgação da língua de sinais

Passeata cobra divulgação da língua de sinais
Paraná-Online (Assinatura) - Curitiba,PR,Brazil As libras foram reconhecidas como a linguagem oficial dos surdos no Brasil em 2002, pela Lei 10463, e em 2005, pelo Decreto Federal 5626.

terça-feira, 19 de maio de 2009

SURDOCEGUEIRA

Os registros sobre a educação de surdos-cegos no mundo relatam casos de pessoas que conseguiram aprender a ler e escrever, havendo ocorrências de conclusão do ensino superior e de aprendizagem de diversos idiomas. Em geral, as informações a esse respeito são imprecisas quanto ao perfil das pessoas surdas-cegas e ao método empregado na comunicação e no processo de transmissão e assimilação do conhecimento acadêmico, social e cultural. Para Amaral (2002), a história da educação dos surdos-cegos sempre esteve próxima da educação de crianças surdas. Assim, o método gestual, desenvolvido na França, o o oral, na Alemanha, sofreram algumas adaptações ao serem utilizados com pessoas surdas-cegas. Foi acrescentada a percepção tátil ou a alteraão do espaço de sinalização segundo o campo visual da pessoa, possibilitando a recepção ou expressão da informação.
Collins (1995) aponta Victorine Morriseau como a primeira mulher surda-cega a receber educação formal, em Paris, em 1789, sendo a França pioneira na instituição da educação formal para esta população na Europa. Amaral (2002, p. 121) descreve Julia Brice aos quatro anos e meio, americana, cega e surda, que "entrou para o asilo de surdos e mudos de Hartford em 1825", aprendendo a se comunicar por sinais, não havendo registro sobre aprendizagem de leitura e escrita. Em 1829, a educação de Laura Bridgman, realizada na Escola Perkins, nos Estados Unidos, pelo professor dr. Samuel Gridley Howe, influenciou e contribuiu para o desenvolvimento de programas educacionais em diferentes países, entre eles a Alemanha, em 1887.

"Descobrindo a surdocegueira" educação e comunicação.

Fatima Ali Abdala A. Cader-Nascimento
Maria da Piedade R. da Costa

EDUFSCAR

terça-feira, 12 de maio de 2009

El niño ciego II

Si dejamos a un lado las particularidades y omitimos los detalles, el desarrollo de las opiniones científicas sobre la psicologia de los ciegos se puede representar como uns línea que va desde la más remota antiguedad hasta nuestros días, ya perdiéndose en las tinieblas de falsas ideas, ya volviendo a aparecer con cada nueva conquista de la ciencia. Así como la aguja magn´stica de la brújul indica siempre el norte, esta línea apunta siempre hacia la verdad y permite valorar cualquier extravío histórico por el grado de su desviación con respecto a la línea fundamental.
En esencia, la ciencia sobre el hombre ciego, por tanto, tiende a la verdad, se reduce al desarrollo de una idea entrl de la qque la humanidad ha tratado por milenios de adueñarse, porque no es sólo una idea sobre el ciego, sino, en general, sobre la naturaleza psicológica del hombre. En la psicología de los ciegos, como en cualquier ciencia, es posible equivocarse de diversas maneras, pero hay un solo camino hacia la verdad. Esa idea consiste en que la ceguera so es sólo la falta de visión (el defecto de un órgano singular), sino que tamboén provoca una reestructuración muy profunda de todas las fuerzas del organismo y de la personalidad.
La ceguera, al crear una nueva y peculiar configuración de la personalidad, origina nuevas fuerzas, modifica las direcciones normales de las funciones, reestructura y forma creativa y orgánicamente la psique del hombre. Por consiguinte, la ceguera es no solo un defecto, una deficiencia, una debilidad, sino también, en cierto sentido, una fuente de revelación de aptitudes, una ventaja, una fuerza (por extraño similar a una paradoja que esto suene).
Esta idea pasó tres etapas fundamentales, cuja comparación muestra claramente la orientación, la tendencia, de su desarrollo. La primera época puede ser designada como mística; la segunda, como ingenuamente biológica, y la tercera, la moderna, como científica o sociopsicológica.

Vygostski, L.S. Obras escogidas V: fundamentos de defectologia. Madrid 1997, p. 97

domingo, 10 de maio de 2009

Que mulher é essa?

Que mulher é essa?

Que mulher é essa
que não se cansa nunca,
que não reclama nada
que disfarça a dor?
Que mulher é essa
que contribui com tudo,
que distribui afeto,
tira espinhos do amor!
Que mulher é essa
de palavras leves,
coração aberto,
pronta a perdoar?
Que mulher é essa?
que sai do palco,
ao terminar a peça,
sem chorar!
Essa mulher existe,
sua doçura resiste,
às dores da ingratidão,
resiste à saudade imensa,
resiste ao trabalho forçado,
resiste aos caminhos do não!
Essa mulher é MÃE,
linda, como todas são. Que mulher é essa?

sexta-feira, 8 de maio de 2009

El niño ciego

En ellos (en los ciegos, L.V.) se desarrollan peculiaridades que no podemos notar en los videntes, y se debe suponer que en el caso de una comunicación exclusiva entre ciegos, sin intervención algun de videntes, podria nacer una categoria especial de personas.

K. Burklen, 1924, p. 3

sexta-feira, 1 de maio de 2009

Divagações de mais um feriado

Lendo e relendo alguns livros sobre educação especial neste feriado do trabalhador (?), que para isso, para muitos é apenas lazer, acabei mais um dia cansado em não encontrar nada muito interessante para mim. Talvez coisa da idade, as leituras especializadas em geral são chatas. Com o passar dos anos, a exigência é maior, lógico, poucos autores merecem algum crédito. Em uma das imersões, por pura necessidade profisional, leio "Como as pessoas aprendem" material editado pelo Conselho Nacional de Pesquisa dos Estados Unidos. Algumas ou muitas explicações neurológicas sobre como as pessoas aprendem e outros achados. Conclusão: não aprendi nada.
Mais um livro que vou ter que reler, quem sabe no próximo feriado.

quinta-feira, 30 de abril de 2009

Motricidade e Desenvolvimento dos Sistemas Sensoriais

Segundo Newell Kephart, só o desenvolvimento perceptivo-motor adequado garante à crinça uma conceitualização mais ajustada sobre o mundo exterior que a rodeia. As dificuldades de aprendizagem simbólicas (ler, escrever, fazer cálculos) refletem sempre uma integração disfuncional por parte da criança das noções de corpo, do espaço e do tempo, noções que são, por isso mesmo, uma condição sine qua non para a organozação do seu sistema de aprendizagem, ou melhor como competências fundantes do desenvolvimento, elas constituem-se como as bases motoras dos desempenhos escolares.

Vitor da Fonseca
Desenvolvimento Psicomotor e Aprendizagem
Artmed,2008, p. 228

sexta-feira, 10 de abril de 2009

Hipocampo e processamento de memória

Os neurologistas são unânimes ao afirmar que o hipocampo (uma região do cérebro que recebe este nome por causa do seu formato, que lembra um cavalo-marinho) é crucial para a memória. Mas os estudiosos divergem amplamente sobre como o ser humano cria e gerencia as recordações, e principalmente, como esse processo cognitivo se desenvolve. Recentemente, essa polêmica foi vista de um novo ângulo: não seria o hipocampo fundamental também para a imaginação? Além de propor um novo papel para essa área cerebral, a descoberta sugere a existência de um mecanismo de "construção narrativa", como a memòria, à imaginação e ao pensamento. Tal hipótese abre novas e interessantes perspectivas. Imagine, por exemplo, que você recebeu um convite para fazer um cruzeiro ao Caribe; segundo o cientista Demis Hassabis, aceitar esse convite é impossível sem envolver o hipocampo na decisão. O primeiro estudo publicado pelo pesquisador sobre esse assunto examina objetivamente as bases neurológicas do processo de imaginação dos fatos, que no jargão neurocientífico é chamado "construção". O estudo parte da hipótese de que a cosntrução requer consciência da organização narrativa, temporal e espacial da experiência imaginada, ou seja, dos mesmos elementos estruturais importantes para recuperar episódios da memória autobiográfica.(...)
Revista Mente e Cérebro, n. 195, abril de 2009

sexta-feira, 27 de março de 2009

VII FEIRA INTERNACIONAL DE TECNOLOGIAS EM REABILITAÇÃO

Para quem possa interessar: de 02 a 05 de abril, no Centro de Exposições Imigrantes - rodovia dos imigrantes, Km 1,5. São Paulo/SP

VII FEIRA INTERNACIONAL DE TECNOLOGIAS EM REABILITAÇÃO, INCLUSÃO E ACESSIBILIDADE

mais informações: http://www.feirasnacipa.com.br/reatch

quarta-feira, 25 de março de 2009

El viento en la isla

El viento es un caballo
óyello como corre
por el mar, por el cielo
Quiere llevarme: escucha
Como recorre el mundo
Para levarme lejos
Escondeme en tus brazos
Por esta noche sola
Mientras tu lluvia rompes
Contra el mar y la tierra
Su boca innumerable
Escucha como el viento
me llama galopando
para llevarme lejos
Con tu frente em mi frente
con tu boca en mi boca
atados nuestros cuerpos
amor que nos quema,
deja que el viento pase
sin que pueda llevarme

Deja que el viento corra
Coronado de espuma,
que me llame y me busque
galopando en la sombra,
mientras yo, sumergido
bajo tus grandes ojos,
por esta noche sola,
descansaré, amor mio.

Pablo Neruda

domingo, 15 de março de 2009

A deficiência nos estudos sobre a defectologia de Vygotsky

As concepções de Vygotsky acerca desse tema revelaram a sua preocupação em livrar-se de um olhar biologizante sobre a deficiência para pôr em seu lugar um olhar social, enfatizando que o insuficiente avanço observado no desenvolvimento dos indivíduos com deficiência era decorrente da educação inadequada destinada a eles. Para esse autor, a educação deveria ser respaldada por métodos e procedimentos que permitissem um desenvolvimento semelhante ao das crianças não deficientes e, portanto, fez críticas à escola especial da época, considerada por ele como uma instituição que impedia o convívio entre as crianças com deficiência e as crianças com desenvolvimento típico da mesma idade.
Fundamentado nas idéias de Alfred Adler, criador da psicologia da personalidade, que acreditava no defeito como formador de uma superestrutura psicológica que começava a existir no momento em que o indivíduo se visse em situações sociais provocadoras de reções que viessem a compensar a sua deficiência, Vygotsky disse que, para as crianças com ou sem deficiência, a educação deveria ser realizada de forma integrada, contribuindo, assim, a seu ver, para o desenvolvimento psíquico, físico e para a compensação e a correção de erros.

Sônia Lopes Victor - Educação Especial, diálogo e pluralidade
CLaudio R. Baptista, Katia R.M. Caiado, Denise M. Jesus (organizadores)

sexta-feira, 27 de fevereiro de 2009

LIBERDADE E SKINNER

(...) Quase todos os seres vivos agem buscando livrar-se de contatos prejudiciais. Atinge-se uma espécie de liberdade através de formas relativamente simples de comportamento, denominadas reflexos. Por exemplo, uma pessoa espirra e livra suas vias respiratórias de substâncias irritantes, ou vomita e livra seu estômago de alimentos indigestos ou venenosos. Usa a mão para se livrar de um objeto pontiagudo ou aquecido. Mesmo as formas mais elaboradas de comportamento produzem efeitos semelhantes. Quando aprisionadas, as pessoas lutam ("com violência") e procuram se libertar. Provavelmente, este tipo de comportamento se desenvolveu devido a seu valor de sobrevivência; é a parte do que chamamos de constituição genética humana, como a respiração, a transpiração ou a digestão. E é possível através do CONDICIONAMENTO estabelecer comportamentos semelhantes a novos fatos que não desempenham nenhum papel no processo evolutivo.
...Por outro lado, um papel bem mais importante é desempenhado pelo comportamento que reduz estímulos prejudiciais. Não é adquirido sob a forma de reflexos condicionados, mas como resultado de um processo diferente denominado de CONDICIONAMENTO OPERANTE. Quando um dado comportamento é seguido por uma determinada consequência, maior é a possibilidade de se repetir. A consequência que produz tal efeito é denominada de REFORÇO.
O alimento, por exemplo, é um reforço para um organismo faminto; qualquer coisa que o organismo faça e que seja seguida pelo fornecimento do alimento, provavelmente se repetirá sempre que houver fome.

O MITO DA LIBERDADE - B.F. SKINNER

segunda-feira, 23 de fevereiro de 2009

OUTRAS SUGESTÕES

Acaba de ser lançado, sem tradução para o português: "Una mirada desde dentro del autismo" de PEETERS, T. Autismo: de la comprensión teórica a la intervención educativa. Ávila, Autismo, 248 pgs, 2008.

Theo Peeters, criador e diretor do Centro para a Formação de Profissionais em Autismo de Amberes, tenta desmontar neste livro equívocos generalizados em torno do autismo - se é uma doença mental ou um conjunto de problemas de conduta - que apresentam graves consequências para quem convive dia-a-dia com esta condição. Peeters, defende também o caráter essencialmente individual de cada caso.

Saiba mais: www.cedd.net

CARNAVAL EM CURITIBA

Como o melhor do carnaval em Curitiba-Pr (esperando que pessoas do outro lado do mundo vejam este blog, por isso acrescentei o PR), são os livros e filmes, deixo minha colaboração pós carnaval. "VERMELHO DA COR DO CÉU", um filme apaixonante, principalmente para quem trabalha com educação. A história de um menino que perde a visão e vai ser educado numa escola tradiconal Italiana. Esta história mostra, entre outras coisas, o quanto as "novas escolas" precisam mudar os seus currículos. Por isso o filme é único, cheio de sugestões e contrastes na educação de deficientes. Imperdível. Segue a mesma linha do filme "A LÍNGUA DAS MARIPOSAS", filme que todo educador deveria assistir.
É isso.

segunda-feira, 16 de fevereiro de 2009

DIMENSÃO DOS SABERES

A dimensão dos saberes refere-se ao conjunto de conhecimentos de índole mais teórica que fundamentam as opções de intervenção. Estes conhecimentos vão desde aspectos mais teóricos, tais como o contato com o pensamento e a teorização de diferentes autores, até (e sobretudo) trabalhos de investigação feitos em contextos reais que possam fundamentar a adoção de determinadas opções metodológicas.
No que respeita à Educação Inclusiva, esta dimensão de saberes envolve o conhecimento das características de desenvolvimento e de aprendizagem de alunos com condições não habituais. Envolve certamente a caracterização pedagógica destas condições não habituais de desenvolvimento. Tradicionalmente é dada uma grande ênfase ao estudo das condições de deficiência nomeadamente à etiologia e à patologia em termos clínicos. Precisamos, pelo contrário, reforçar o olhar educacional para as dificuldades encaradas sob o ponto de vista educacional; isto é, conhecer como se avalia, como se planeja, como se desenvolve um processo educacional e de aprendizagem em alunos com dificuldades ou com deficiências que, se não forem enquadradas, poderão influenciar a plena participação no processo educativo. Torna-se importante que o próprio modelo em que estes processos são estudados seja um modelo de inspiração educacional e não clínica.
David Rodrigues
INCLUSÃO: Revista da Educação Especial; V.4, n.2, out. 2008

quinta-feira, 22 de janeiro de 2009

Libras: a língua de sinais dos surdos brasileiros

Que língua é essa que não utiliza sons para se propagar? Como esses movimentos desenhados no ar pelas mãos podem expressar conceitos abstratos? As palavras são soletradas com o alfabeto manual? Essas são algumas das perguntas que nos fazemos quando nos defrontamos com a língua de sinais dos surdos. Na verdade, esse conjunto de “gestos desenhados no ar” estrutura uma língua organizada, que se presta às mesmas funções das línguas orais para as pessoas que ouvem. Libras, sigla utilizada para designar a língua brasileira de sinais (isso mesmo, cada país tem sua própria língua, que expressa os elementos culturais daquela comunidade de surdos), foi oficializada pelo governo brasileiro pela Lei Federal n. 10.436/2002 e regulamentada pelo Decreto Federal n. 5626, em 2005.
A Libras é uma língua de modalidade visual-espacial que, diferente das línguas orais-auditivas, utiliza-se da visão para sua apropriação e de elementos corporais e faciais, organizados em movimentos no espaço, para constituir as palavras, ou, como se referem os surdos, os “sinais”. Os sinais podem representar qualquer dado da realidade social, não se reduzindo a um simples sistema de gestos naturais, ou mímica, como pensa a maioria das pessoas. Toda essa riqueza cultural que, infelizmente, ainda é desconhecida pela grande maioria das pessoas, traz uma nova compreensão das pessoas surdas como integrantes de uma minoria lingüística, tal como ocorre com comunidades indígenas e de imigrantes.

Por: SUELI FERNANDES, a mesma autora da matéria seguinte


Libras pode integrar o currículo escolar em 2009

Em dezembro de 2008, estive em Brasília, integrando uma comissão que analisa Projeto de Lei do Senado nº 14/07, de Cristovam Buarque (PDT-DF), que trata do ensino da Língua Brasileira de Sinais – Libras nas escolas da Educação Básica.
Caso seja aprovado pelos senadores, em votação no próximo dia 03 de fevereiro, a Libras passará a integrar, obrigatoriamente, a parte diversificada do currículo das escolas em que estiverem matriculados alunos surdos, como componente curricular, na educação infantil, e como disciplina nos primeiros anos do ensino fundamental. Como essa proposição alterará o Art. 26 da LDB 9394/96, os sistemas de ensino terão prazo de três anos para se adequar à legislação.
Se aprovada a mudança na LDB, daremos os primeiros passos para organização de comunidades bilíngües, em que, progressivamente, cada vez um número maior de pessoas serão capazes de se comunicar por meio da Libras, ampliando as possibilidades de interação, aprendizagem e participação social das crianças surdas, em igualdade de condições aos demais alunos.
Vamos torcer!
Sueli Fernandes – Professora do Setor de Educação da UFPR e Assessora técnico-pedagógica do DEEIN/SEED-PR.

Profa. Sueli, em pé, com o grupo de trabalho em Brasília.

quarta-feira, 21 de janeiro de 2009

Acordo também muda escrita em braile

Folha de S. Paulo - Ricardo Westin 19.1.2009

Os brasileiros que não enxergam também têm suas dúvidas nos acentosque caíram e nos hífens que apareceram ou desapareceram na virada doano, quando as regras impostas pelo Acordo Ortográfico entraram emvigor no país.Tudo o que mudou no português escrito mudou da mesmíssima maneira noportuguês convertido em braile, o sistema tátil usado por cegos domundo inteiro para ler e escrever."Todos nós memorizamos as palavras na grafia antiga. Agora precisamosreconstruí-las na memória com a grafia nova. A diferença é que vocêsfazem isso com os olhos e nós [cegos], com os dedos", explica Maria daGlória Almeida, chefe-de-gabinete do Instituto Benjamin Constant, noRio, dedicado às pessoas com deficiência visual.O Acordo Ortográfico tem impacto no braile porque as palavras dessesistema também são escritas letra a letra. Uma letra tem até seispontinhos em alto relevo. Cada uma se forma com um número e umadisposição própria de pontinhos.Os acentos e o trema mudam esse arranjo. O dedo treinado de um cegosente a diferença entre "ü" e"u" e entre "a" e "á".Se "microonda" agora é "micro-onda" , a mesma palavra no braile deixade ter nove caracteres salientes e passa a ter dez -o hífen têm seuspontinhos característicos.As mudanças ortográficas haviam sido definidas em 1990 por países quetêm o português como língua oficial. O objetivo do Acordo, agoracolocado em prática no Brasil, era unificar a escrita do português etorná-lo mais forte no cenário mundial.Nas escolasSegundo a Organização Mundial da Saúde, 0,5% da população do planetanão enxerga. O Brasil teria, por essa conta, 950 mil cegos -oequivalente aos moradores de Cuiabá e Florianópolis somados.As escolas brasileiras têm, de acordo com o Ministério da Educação,pouco mais de 8.600 alunos cegos, a maioria deles nas mesmas salas decrianças e adolescentes que enxergam.As lições de braile são dadas fora do horário regular de aula enormalmente vão até a 4ª série, época em que as crianças já conseguemdominar o sistema."As nossas preocupações agora são orientar os professores e garantirque a produção dos livros didáticos em braile esteja compatível com anova grafia", afirma Martinha Clarete Dutra, que responde, noMinistério da Educação, pelas políticas de inclusão.Martinha é cega. "Apesar de lidar com esse tema todo dia, ainda mepego escrevendo na grafia anterior. Estamos tão habituados.. . Sódepois lembro que aquele acento não existe mais", ela conta.Por enquanto, não está errado escrever na forma antiga. Até dezembrode 2012, as grafias novas terão de conviver com as velhas -será umperíodo de transição. A partir de 2013, porém, só serão aceitas comocorretas as novas regras.A língua dos sinais, usada pelos surdos, não foi afetada pelo Acordo,já que cada gesto normalmente representa uma palavra inteira.Disponível em: www.abrelivros. org.br/abrelivro s/texto.asp?

terça-feira, 20 de janeiro de 2009

Continuação: Desenvolver a Educação Inclusiva

... Mas não parece ser esta, certamente, a solução. Não é a simples aquisição de mais conhecimento de índole teórica que fará o professor mais capaz de responder aos numerosos desafios que enfrenta. Isto porque dado o caráter multifacetado e autonômico da profissão de professor, esta implica em modelos diversificados de formação, modelos que não se podem centrar na simples aquisição de saberes teóricos.
Deve-se, assim, proporcionar ao professor um conjunto de experiências que não só lhe revelem novas perspectivas teóricas sobre o conhecimento (perspectiva acadêmica), mas que também permitam aplicar estes conhecimentos num contexto real (perspectiva profissional).
Este caráter autonômico refere-se ao professor como "gestor local do currículo" (CAMPOS, 2000), salientando que o professor não é um técnico (no sentido em que aplica "técnicas" adeuadas) nem um funcionário (no sentido em que executa estritamente indicações oriundas de uma cadeia hierárquica em que integra).

continuo em outro dia...

domingo, 18 de janeiro de 2009

Desenvolver a educação inclusiva

Quero aproveitar a última revista INCLUSÃO (V. 4, N.2 ), com um artigo de David Rodrigues (p. 7) e fazer aqui, uma síntese do que este professor escreve sobre a educação inclusiva. Como meus espaços são "curtos", vou desmembrar a síntese em vários "entradas".

A introdução é sobre a formação dos professores: ...encontra-se, hoje, em profundas mudanças tanto do ponto de vista de conceitos e valores como de práticas. A este fato, não é estranho que as competências que se esperam que o professor domine se revelem cada vez mais complexas e diversificadas. Espera-se que o professor seja competente num largo espectro de domínios que vão desde o conhecimento científico do que ensina à sua aplicação psicopedagógica, bem como em metodologias de ensino, de animação de grupos, atenção à diversidade etc. Isto sem considerar as grandes expectativas que existem sobre o que o professor deve promover no âmbito educacional mais geral, tal como a educação para a cidadania, educação cívica, sexual, comunitária, entre outras. Alguns autores têm, por isso, denominado a missão do professor na escola contemporânea como uma "missão impossível" (BEN-PERETZ, 2001).


continuo a matéria na próxima "entrada", até amanhã.

sexta-feira, 9 de janeiro de 2009

Querida Senhorita Lonelyhearts:

Tenho 16 anos e não sei com agir. Gostaria muito que a senhora me aconselhasse. Quando eu era criança não era muito ruim poque me acostumei com os meninos do quarteirão que caçoavam de mim, mas agora eu gostaria de ter namorados como as outras meninas e sair nas noites de sábado, mas nenhum rapaz sairá comigo porque nasci sem nariz - embora eu dance bem, tenha um tipo bonito e meu pai compre lindas roupas.
Passo o dia inteiro sentada, me olhando e chorando. Tenho um grande buraco no meio do meu rosto que amedronta as pessoas e a mim mesma, e não posso, portanto, culpar os rapazes por não quererem sair comigo. Minha mãe me ama muito, mas chora muito quando olha para mim.
Que fiz eu paa merecer um destino tão terrível? Mesmo que tivesse feito algumas coisas ruins, não as fiz antes de ter um ano de idade, e eu nasci assim. Perguntei a papai e ele disse que não sabe, mas que pode ser que eu tenha feito algo no outro mundo, antes de nascer, ou que eu esteja sendo punida pelos pecados dele. Não acredito nisto porque ele é um homem muito bom.
Devo me suicidar?

Sinceramente,
Desesperada.

(Extraído de Miss Lonelyhearts, de Nathanael West, pp. 14-15. Copyright 1962 por New Directions )

"Vitor de Ayvaron" o menino lobo


segunda-feira, 5 de janeiro de 2009

Detecção dos transtornos invasivos na criança: perspectiva das mães

O resumo do artigo abaixo são das autoras: Maria Rita Braga e Lazslo A. Ávila.
Revista Latino Am Enfermagem, 2004, nov/dez; 12(6):884-9


Os Transtornos Invasivos do Desenvolvimento se caracterizam por alterações presentes desde idades precoces e se nas áreas de desenvolvimento da comunicação, comportamento e relação interpessoal. O objetivo do estudo foi apreender, através da perspectiva materna, como se deu o processo de detecção desses transtornos. Para tanto, realizou-se um estudo quanti-qualitativo a partir d eentrevistas semi-estruturada com 20 mães de crianças portadoras desses quadros. A classificação se deu por meio de análise de conteúdo. Os resultados indicaram que o diagnóstico desses transtornos está sendo realizado após a idade preconizada e que os primeiros sinais característicos são percebidos pela família, principalmente, pela mãe. Esses resultados sugerem que os profissionais de saúde infantil parecem não estar sensibilizados para a importânica do efeito acompanhamento de desenvolvimento, o que permitiria a detecção precoce desses desvios, minimizando, assim, seus efeitos negativos presentes e futuros.